sábado, 12 de março de 2011

Livre

Mais um vez
Deixo de lado esse eu
Que um dia a esse corpo pertenceu.
Já morto.
Corpo esse despejado no gosto
De um dia ter tido seu rosto.

Abandonado foi um dia
Num descaso escasso
Escarrado
Em minha própria desgraça.
Ou sua será?

Não sei
Só sei que já sabia nosso fim
E nele enterro minha carne
Saboreada pelos vermes que um dia o provarão também.

Assim me vou
Num voo solo
Desprezando minha derme
E saciando minha alma.
Sedenta por livrar-se dessa jaula
Podre, fétida. 

Sou livre agora
E preparo minha ida
Para buscar a vida que nunca tive.

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