Enceguecidos na insaciável busca da realização de nossos próprios fúteis interesses, transformamo-nos em meros lacaios servis do mercado, olvidando o coletivo, em que tudo deveria ser para todos. Mas que na verdade nada é para a maioria e tudo é para poucos.
O ser humano se acomoda e convive diariamente com a hipocrisia. Que não melhor estratégia de marketing que esta para alienar uma população, salvo exceções, mal informada e presa nas amarras do círculo vicioso sistêmico do mercado de capitais, onde a liberdade pregada é falsa e nunca existirá?
Como é bom debruçarmos sob os confortáveis lençóis do capitalismo, feitos com pena de ganso, produzidos pelas grandes organizações privadas e costurados por mãos famintas que clamam por um mínimo nível de subsistência!
Fomentamos a desgraça da desigualdade mundial ao consumirmos o desnecessário ferozmente, induzindo a incessante produção nefasta de bens de consumo inúteis que só fazem destruir o meio-ambiente e exaltar o poderio das nações imperialistas sobre os mais fracos.
A hipocrisia assim permeia minha vida e desfruto das tentações burguesas fúteis que de nada valem. Nado com a massa na lama podre das efemeridades tolas materiais da vida.
E a corrupção é inerente ao capitalismo. Para cada corrupto, há uma corporação por trás e um elemento do governo que ganha comissão por intermediar e facilitar o negócio.
“Em pleno século XXI, o sistema capitalista, no auge da sua produtividade, é incapaz de satisfazer plenamente as necessidades da população mundial por comida. O principal ponto do capitalismo é ignorar a necessidade real das pessoas. Prova disso é que ainda hoje as pessoas sofrem enormemente. Elementos da necessidade humana não podem ser considerados porque a natureza do nosso sistema é um crescimento sem limites e sem fim. .” István Mészáros
A QUEDA DO IMPÉRIO: O PODRE DEDO INTRUSO AMERICANO JÁ NÃO DITA MAIS AS REGRAS MUNDIAIS
A corrupção política e administrativa é a própria essência do governo americano. Os United States of America são uma soberania intangível. Só cumprem a lei que querem cumprir, violam direitos humanos sob a lei do “blank check” em que tudo podem fazer. Potência Ultra Imperial, fazendo o papel de juiz do mundo em nome de seus interesses e conveniências. O Estado Ianque ignora o princípio de igualdade legal das nações, instituindo uma “ditadura global do capital financeiro” – o unilateralismo da política internacional. As tendências insurgencionais terroristas tiveram como raiz os primórdios da fundação dos EUA que desde sempre, ignoram a soberania dos demais países e impõe, com o uso da força militar, suas vontades.
Com prepotência, arrogância e egoísmo, os EUA moldaram o mundo segundo sua imagem hipócrita de liberdade e democracia. Tais condutas tomaram forma mais sólida a partir da década de 80. As grandes corporações que surgiram nos EUA no século XIX passaram a influenciar partidos políticos e o processo de decisão com indiferença aos deveres públicos. Sua ascensão como potência econômica foi possível graças à política protecionista e expansionista adotada no século citado.
Os EUA se consolidaram, no século XX, como exemplo de desenvolvimento de um vasto truste capitalista, cimentando o caráter expansionista de exploração de países e territórios, antes dominados pela Europa. A indústria bélica americana fomentou a grande guerra, inundando seus cofres de dólares com odor de sangue humano. De devedores, passaram a ser credores do mercado europeu.
Entre 1945 e 1947, durante a rebelião sionista, os EUA, que expressavam simpatia aos refugiados judeus, recusaram a entrada de mais judeus nos EUA e não ajudaram a solucionar o problema na Palestina. Com o apoio dos EUA, a Palestina foi partilhada e o Estado de Israel criado. Deu-se início ao incessante conflito árabe-judeu.
No período da Guerra Fria, EUA e União Soviética, apesar de incentivarem bandeiras políticas opostas, consolidaram sua hegemonia imperial exercendo influência sob os países aos quais tinham interesses em perpetuar seu domínio. Através de apoio às ditaduras militares instauradas nos países Latino-Americanos e política de intervencionismo, a potência imperialista cravou na história do século XX dos países dominados o seu importuno podre dedo intruso. Criou-se uma paranóia anticomunista, tentando evitar sua expansão. A CIA fomentava uma guerra secreta contra governos que contrariavam os interesses econômicos americanos ou que não aceitavam suas diretrizes políticas.
Através das Instituições como o FMI e BIRD, os EUA continuaram a modelar a estrutura econômica mundial de acordo com seus interesses, alimentando a crescente desigualdade social nos países de Terceiro Mundo. Suas políticas tendenciosas favoreciam somente o business world , ignorando as tensões sociais, enxugando o gasto público com educação e saúde, impedindo o auxílio aos preços dos produtos de primeira necessidade e exigindo a desvalorização da moeda. Os empréstimos internacionais constituíam o principal meio de subordinação dos países de Terceiro Mundo, dificultando seu desenvolvimento econômico.
Os governos dos EUA nunca respeitaram nem o Oriente Médio e nem a América Latina. A América Latina foi singularmente afetada pelas políticas do nefasto Tio Sam. Sob a égide do Liberalismo Econômico, os EUA incentivaram os governos autoritários ditatoriais de cunho militar nos países latino-americanos, que eram contra o comunismo. O temor de que outro Fidel Castro surgisse das militâncias revolucionárias latinas, levou os EUA a apoiarem o golpe de estado que retirou Salvador Allende, líder esquerdista no Chile, da presidência para que Augusto Pinochet ocupasse o posto, instaurando uma ditadura militar cruel no país. A influência Americana em território latino apresentava uma mecânica muito simples: produzir bens de consumo com bases criadas no Terceiro Mundo, onde a matéria-prima era abundante e a mão-de-obra barata. Os países do Norte concentravam mais de 90% da indústria manufatureira mundial e sua completa liberdade econômica e livre concorrência tendiam a acentuar a desigualdade entre as nações. Na década de 70, o cartel das grandes potências industriais se solidificou nos EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Canadá.
No Oriente Médio, o regime repressivo e corrupto do Xá Reza Pahlavi, no Irã, na década de 70, teve amplo apoio dos EUA. A maioria xiita da população - 90% - não aceitou a introdução de hábitos e tradições da cultura ocidental num país predominantemente Muçulmano. A Revolução Islâmica, ocorrida em 1979, destituiu o Xá por Aiatolá Khomeini que inspirou movimentos fundamentalistas em todo o Oriente Médio e configurou os EUA como inimigo número 1.
A venda ilícita de armas dos EUA ao Irã, começou em meados de 1985 após o recebimento da aprovação do então presidente, Ronald Reagan, tendo Israel como intermediário. Reagan desempenhou um papel muito ativo desde o início da operação de venda de armas ao Irã, que com o lucro obtido no superfaturamento das vendas, financiou os contra-revolucionários na Nicarágua ao mesmo tempo em que respaldavam o Iraque. Este recebeu entre 1985 e 1990, mais de um bilhão em armas, tecnologias e munições como apoio à Guerra Irã-Iraque na década de 80. Armas químicas letais foram utilizadas contra os insurgentes curdos, que residiam ao norte do Iraque e iranianos, matando cerca de 50.000 pessoas. E como se não bastasse ao cúmulo do cinismo, condenavam o emprego de gás venenoso contra os curdos. O Departamento do Comércio americano autorizou a exportação de bactérias e material químico/biológico. E tal política, em favor do Iraque, contribuiu para a estabilidade regional do Golfo Pérsico, assegurando os interesses privados da potência Ianque: proteção às reservas de petróleo e contenção da militância islâmica. A CIA encorajou a Jihad, manipulando o fundamentalismo islâmico em função de seus objetivos geo-estratégicos, empenhados em conquistar o controle sobre os recursos enérgicos. Depois de apoiarem financeiramente os Talibãs contra a invasão das tropas soviéticas e na tentativa de isolar o regime xiita no Irã, sentiram na pele a mordida do monstro que eles mesmos criaram.
O anti-americanismo tomou forma no Oriente Médio principalmente pelo apoio dos EUA a Israel e resistência à imposição de uma cultura ocidentalizada que ia contra os princípios islâmicos. A partir de meados da década de 70, diversos atentados terroristas foram deflagrados e os EUA combateram o terrorismo com terrorismo, através de subversões políticas, assassinatos e derrubada de governantes que iam contra seus interesses, ataques aéreos, raptos, embargos, intervenções militares, bloqueios econômicos, dentre outros em prol da “democracia, liberdade e justiça.” Em diversas partes do mundo, grupos revolucionários foram criados, dando origem a atentados e movimentos insurgentes: ETA - Espanha; IRA - Irlanda; RAF - Alemanha Ocidental; FARC - Colômbia; Brigate Rosse - Itália; Exército Vermelho - Japão. Nos anos 80, depois que a onda da extrema esquerda, adepta do terrorismo, havia praticamente cessado na Europa, a insurgência islâmica floresceu, com o aparecimento de várias organizações, entre as quais o Hizballah - Líbia, sustentado pelo Irã e o Hamas.
As “Intervenções Humanitárias” em guerras civis entre outras nações sob o falso pretexto de assegurar o bem e a liberdade da humanidade, massacraram milhares de vidas na gula política e econômica de saciar seus interesses privados. Na Guerra dos Bálcãs, em que os EUA bombardearam a Sérvia, por esta não ter reconhecido a soberania de Kosovo e a Guerra no Vietnam do Norte, cuja vitória dos Viet Congs cravou um rombo na economia americana. Com o intuito de conter o avanço do comunismo, os EUA desencadearam uma Guerra, sob o pretexto de um contra-ataque forjado pela sua própria sabotagem terrorista. Milhares de vidas foram perdidas, cidades bombardeadas, e a utilização de armas químicas/biológicas perpetuaram o slogan Ianque de “Strength! More money for bombs! MORE POWER! We´ve got to be number one!” Em 1990, na Guerra do Golfo, Saddam invadiu o Kuwait, uma das regiões mais produtivas de petróleo do mundo. Os EUA deram apoio militar à Arábia Saudita, que tentara impedir o sucesso das tropas iraquianas, e ao Kuwait, derrotando o Iraque. E o embargo decretado contra o Iraque, após a Guerra do Golfo, continuou através da década de 90 e concorreu para que cerca de 500.000 iraquianos civis morressem de má nutrição, enfermidades e falta de medicamentos adequados.
Os interesses dos EUA no Oriente Médio eram vitais, não só pelas jazidas de petróleo, como bases militares estratégicas instaladas na região. A disposição em atacar o Iraque sob a alegação de lá haver armas de destruição de massa, fora na realidade intuída pelo interesse em derrubar Saddam, substituindo o regime opressor por um que facilitasse a inserção dos interesses dos EUA.
Com a retirada do Estado na Economia e globalização do capital, os países mais vulneráveis às imposições das Super-Potências, automaticamente tinham que se submeter às forças do mercado - poderosas corporações, sendo sua maioria, americanas. Os países de Terceiro Mundo, enfraquecidos diante do crescente crescimento de sua dívida externa juntamente com a crise econômica, renderam-se ao suporte financeiro americano, sob imposição de ter que ceder às condições do Império de ajustarem suas políticas aos âmbitos neoliberais de forma a favorecer as Instituições Financeiras americanas.
A crise econômica na América do Sul decorreu principalmente pelas políticas neoliberais, implantadas com base no Consenso de Washington. Uma democracia dificilmente sobrevive num sistema econômico não produz meio de subsistência adequado que atenda à maioria populacional. A dívida externa dos países latino-americanos se agigantava cada vez mais e com a privatização de estatais, o controle de capitais foi passado às mãos de estrangeiros.
Nas últimas décadas, o gasto dos EUA com armamentos nucleares excederam o total da soma das despesas com educação, treinamento, emprego, serviços sociais, dentre outros. Sua riqueza não fora bem distribuída, fazendo com que 1% da população controlasse 40% dos ativos da nação, enquanto que cerca de 12% da população vivia abaixo da linha de pobreza..
Em 2000, George W. Bush ganhou a presidência dos EUA, mediante golpe judicial. Suas conexões políticas eram altamente favoráveis e valiosas ao business world. A tragédia de 11 de setembro serviu como pretexto para invasão do Iraque, que nada tinha a ver com o ataque da Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden. A invasão contra o Iraque, já estava há muito tempo nos planos de Bush filho, que ansiava a expulsão do ditador Saddam Hussein para facilitar a servidão do país aos interesses americanos. Alegando possuir armas de destruição em massa e de abrigar e treinar militantes da organização Talibã, o texano conservador, invadiu o Iraque, juntamente com o suporte de Tony Blair – Inglaterra – destituindo Saddam do poder, humilhando o povo iraquiano ao destruir suas cidades, matando civis inocentes e desordenando a política do país. Milhões foram gastos numa Guerra descabida que além de arruinar o Iraque, exacerbou o sentimento antiamericano mundial.
As torturas ocorridas em Abu Ghraib(Iraque) e Guantánamo(Cuba) contra os presos, supostamente terroristas, foram cinicamente ocultadas pela cúpula da Casa Branca, leia-se, Cheney, Bush, Rumsfeld, Rice e CIA. A maioria dos suspeitos ali mantidos sob condições desumanas, eram inocentes.
Com a saída de Bush e entrada de Barack Obama Hussein, a guerra continuou sem ganhos e com muitas perdas. A crise financeira americana e a problemática da “Health Care” formam a ponta do cume que direciona o Império ao declínio. Os países emergentes, BRICS – Brasil, Rússia, África do Sul, Índia e China, principalmente esta última, hoje, ofuscam o brio do poderio americano, que aos poucos, se desfalece diante das próprias armadilhas impostas pelo sistema capitalista.
GOD BLESS AMERICA