Dois corações solitários unem seus espíritos para protegerem-se contra os infortúnios desprezíveis da vida que moldam a face humana.
Não entregar-se cegamente ao desvario de uma paixão incandescente, é preservar-se de modo a degustar paulatinamente as delícias de viver um grande amor. Afogar em inúmeras decepções, é dissolver a preciosidade do tempo em dores e aflições inúteis que nos marcam a alma ainda ingênua e inexperiente.
Dores, tristezas e solidão se fazem necessários para o amadurecimento diante das situações desagradáveis que a vida constantemente nos apresenta.
A leviandade provinda nos atos sórdidos do sexo masculino, que despreza “aquilo que pensa amar”, transforma a solidão da desgraçada mulher em livramento das amarras humilhantes as quais esta é submetida. Sua ascensão como ser sublime e independente o faz, um dia, bater em sua porta novamente que, apesar dos perigos vindos de fora, sempre estará aberta para oferecer-lhe proteção.