quarta-feira, 1 de junho de 2016

A Classificação dos Coxinhas

Existem dois tipos de coxinha: o com catupiry e o sem catupiry. Com catupiry: classificado como aquele sujeito mais abastado, inteligente e superficialmente leitor da grande mídia. Esse indivíduo investe polpudas quantias e fica atento ao mercado: ebtida, ações, câmbio e inflação. Adora assistir ao Manhattan Connexion e odeia o PT. Considera as políticas sociais do governo, como uma mera “bolsa vagabundo”: para esse sujeito, quem não é bem sucedido, é porque é preguiçoso. Enxergo empresários, executivos e ricos.

Sem catupiry: indivíduos de classe média ou pobre, analfabeto político, que acha a Globo legal e não perde o Fantástico aos domingos. Quando veem posts grandes ou indicando alguma leitura mais crítica, ignoram, mas quando recebem piadinhas prontas, desrespeitosas e superficiais, riem muito e compartilham com todos, mesmo não tendo certeza se aquilo é verdade ou não, afinal, para eles, ler dá muitaaaaaa preguiça. Esse sujeito tem o coração bom, é ingênuo e completamente alienado, vai com a massa e adora postar fotos fazendo biquinho, com frases de autoajuda. Também detesta o PT. Por que? Ah! Porque sim, todo esse escândalo de corrupção nasceu no PT! Se diz contra a corrupção, mas se tem uma chancezinha de dar o tombo, passar a perna ou ganhar vantagem, não perde uma! Esse ser é o típico bobo da corte: está lá, mas não sabe o porquê de estar lá; quer um Brasil melhor, mas não possui uma mínima crítica; um ignorante, em outras palavras. Enxergo amigos, vizinhos, parentes e colegas nesse grupo. 

É Golpe!

Golpe. Removeram uma respeitável inocente figura feminina do poder para colocar um governo que irá garantir somente os interesses da elite.

Na década de 90, o país estava mergulhado em uma crise encoberta: pessoas morrendo de fome, seca no Nordeste, miséria, violência e um governo neoliberal, liderado pela direita, que escondia ou engavetava processos e crimes de corrupção, privatizava companhias nacionais a preço de banana, além de ser totalmente dependente e subordinado às vontades dos Estados Unidos.

A elite, sempre confortável com essa situação, não dava a mínima para essa tremenda desigualdade social que o país estava enfrentando. Pobres e negros não tinham se quer a chance de sonhar com um futuro melhor. As classes superiores dominavam as melhores universidades públicas e ocupavam um lugar exclusivo e altamente excludente na sociedade.

Em 2002, após diversas perdas eleitorais, Lula, esquerdista, venceu e fez a elite tremer. Houve uma enorme especulação e a mídia muito contribuiu para fomentar o medo na população da "desgraça" que estava por vir. O que aconteceu, na verdade, foi uma espetacular mudança:

- 36 milhões de pessoas removidas da miséria, com programas sociais como o Bolsa Família;

- criaram-se cotas nas universidades federais para negros, pardos e índios;

- o salário mínimo aumentou mais de 70% durante o período em que Lula e Dilma foram presidentes;

- reconheceram as empregadas domésticas como trabalhadoras formais, com todos os direitos do trabalhador garantidos;

- criaram o Mais Médicos, trazendo médicos cubanos para atender a população em locais remotos,  que antes não havia médicos;

- entregaram 1,2 milhão de cisternas para região semiárida do país;

- o Brasil tornou-se um dos membros do BRICS e conquistou soberania perante os Estados Unidos;

- proveu, por meio do FIES, financiamento para estudantes sem renda o suficiente para bancar uma universidade particular;

- Minha Casa, Minha Vida, com financiamento de casas populares a prestações acessíveis para população de baixa renda;

- o governo deu autonomia para Polícia Federal nas investigações de escândalos de corrupção, como o Mensalão e Lava Jato, mesmo quando os investigados eram do próprio partido. Nunca, na história do Brasil, o tema corrupção esteve tanto em pauta, com grandes empresários e políticos sendo presos por atos de improbidade administrativa;

- Lula e Dilma criaram 18 universidades e o Pronatec, que visa democratizar a formação técnica aumentado o número de vagas, facilitando o acesso ao estudo;

- com Lula e Dilma a vida de cada brasileiro, seja o pobre, classe média ou rico, melhorou.

Há mais coisas a serem listadas, mas o que deve ser concluído é que no período em que Lula e Dilma governaram o país, foi dado o primeiro passo para justiça social, assegurando, mesmo que timidamente, os direitos de igualdade dos pobres, negros, LGBT, mulheres, índios e a todas minorias esquecidas de nossa história.

Por outro lado, porém, muitos erros foram cometidos. O Brasil está enfrentando uma grave crise econômica, com alto desemprego. Dilma não era articulada, política e popular como Lula, e para agravar, possuía a maioria do congresso contra ela, impossibilitando-a de governar integralmente. O partido dos trabalhadores, por sua vez, também errou, pois uma vez que experimentou o poder e enxergou os infinitos benefícios que poderiam conseguir, pularam de cabeça e cometeram os mesmos crimes de corrupção que antes criticavam. Isso, contudo, não justifica o impeachment de uma presidente eleita democraticamente por 54 milhões de brasileiros e que não possui acusações de corrupção. A corrupção existe em todos os partidos, em qualquer lugar e, infelizmente, é parte do sistema, afinal, o ser humano, ainda muito primitivo, se lambuza num egoísmo cego e altruísta.

GLOBO MAU, A PROTAGONISTA DO GOLPE


Globo, a maior emissora e mais poderosa empresa do país, vendo que em 2014, o PT venceu novamente as eleições, fez tudo o que podia para trazer de volta o governo arcaico da década de 90. Governo esse que sempre garantiu e protegeu seus interesses e escondeu suas corrupções. A Globo apoiou a ditadura em 1964 e, novamente, investiu, apoiou e contribuiu significativamente para o golpe de 2016. A emissora do grupo Marinho, manipula a informação, protege os partidos de direita, escondendo denúncias contra eles e conduz sua equipe jornalística a disseminar o ódio contra a esquerda, o PT, Lula e Dilma, usando de argumentos falsos, distorcendo a informação e criando sempre, uma fantasiosa história, digna de filmes hollywoodianos, do bem contra o mal. O mal, na verdade, é a Globo, o câncer do Brasil. Assim como a Globo, a vergonhosa grande mídia brasileira - Veja, Folha, Estadão, Jovem Pan, Época, assim como outras -  compartilha do mesmo objetivo que a Globo Mau, pois, obviamente, seus interesses, com um governo esquerda no poder, jamais serão garantidos.


A grande mídia, o congresso, o Supremo Tribunal Federal e a mobilização de uma grande massa analfabeta política e elitizada, roubaram nosso voto e mataram a democracia. Nosso maior poder, o Voto, foi arrancado de nossas mãos, caracterizando esse triste momento histórico, como uma grande injustiça e retrocesso. A luta, no entanto, nunca cessará até recuperarmos novamente a democracia e retomarmos o caminho da igualdade de direitos e da justiça social.